Essa agressão ao direito democrático de organização e ação política no interior da universidade foi respaldada por um decreto dos anos de Ditadura Militar, mais precisamente de 1972. O decreto referido acima, em seu artigo 250, trata como falta de indisciplina grave, passível de punição, as seguintes ações: “promover manifestação ou propaganda de caráter político-partidário, racial ou religioso, bem como incitar, promover ou apoiar ausências coletivas aos trabalhos escolares”. O conteúdo deste decreto está claramente em contradição com o livre direito de greve e de manifestação política, garantidos pela Constituição Nacional de 1988.
Essa medida do reitor é parte integrante da política repressiva da administração da universidade e do governo do estado de São Paulo contra o movimento organizado no interior da USP. Só este ano de 2011, vimos a ameaça de demissão de dirigentes sindicais do SINTUSP, a prisão de 73 estudantes que se mobilizavam contra a presença da Polícia Militar no campus e, agora nas férias escolares, essas absurdas expulsões. Fica explícito a intenção por parte das autoridades de quebrar qualquer resistência à aplicação de seu projeto de universidade.
Diante deste triste acontecimento, as entidades assinadas abaixo repudiam a repressão exercida por João Grandino Rodas e convocam o conjunto dos movimentos estudantil, popular e sindical brasileiros a se incluírem numa grande campanha de defesa da liberdade de manifestação política, exigindo da reitoria da USP e do governo do estado de São Paulo a imediata anulação da expulsão dos seis estudantes. Essa campanha já começa nesta segunda-feira com o ato às 13h, em frente à reitoria da USP, e com a reunião aberta para articular as próximas iniciativas do movimento, às 17h na sala 51 do bloco F do CRUSP.
Assinam*:
ANEL
ANDES
CSP-CONLUTAS
SINASEFE
MTST
SEPE-RJ
SIND-REDE BH
DA-LETRAS UFMG
DA-MÚSICA UFMG
DA-ICB UFMG
CAPSI UFMG
COMUNICA UFMG
DACOI PUC-MG
COLETIVO HÁ QUEM SAMBE DIFERENTE (PUC-MG)
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Veja e divulgue o depoimento da estudante de letras da USP, Jéssica Trinca, vítima da ação da reitoria: